Tenho saudades de quando não percebia Francês o suficiente. O metro parava a meio de um túnel, as luzes piscavam e eu fingia, com a maior naturalidade do mundo (pelo menos, na minha cabeça), que não reagia ao que quer que seja que anunciavam ao microfone porque estava de phones e era demasiado cool para me importar. Nisto, procurava sinais em outros viajantes, para saber se devia começar a enviar mensagens a avisar que estava atrasada ou a despedir-me do mundo.
Aaahh, bons tempos! Agora, que percebo quando anunciam que "o funcionamento do Tram está temporariamente interrompido porque há alguém no meio da linha e estão a aguardar a intervenção da polícia" (sim, praticamente fluente, je sais), volta-se-me a subir aquele nervoso miudinho, começo a olhar obsessivamente para o relógio e o meu dia está, praticamente, arruinado.
De facto, a ignorância, por vezes, é uma bênção...
segunda-feira, 27 de abril de 2015
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Assim, sim!
Fotos +/- aleatórias retiradas do meu Instagram
Não adoro Paris no inverno. Aliás, ainda não decidi se, de um modo geral, adoro Paris, mas isso fica para outro capítulo. Como ia a dizer, não adoro Paris no inverno: é cinzenta, triste, nublada, despida, quase estéril.
Fora a emoção de sair de casa com -5º para ir trabalhar, equipada com três pares de collants por baixo das calças, e de ocasionais quedas de neve que, para o comum dos mortais, são absolutamente irrelevantes, é uma estação que, aqui, não é digna de grandes relatos e memórias.
Já a primavera - senhores - a primavera é como uma extreme makeover que acontece: céu azul, excelente background para as fotos do Instagram; árvores em flor, perfeitas para combinar com o já mencionado céu azul; e pessoas com uma humanidade recuperada, com as faces ligeiramente rosadas e a expressão subitamente bem mais afável.
E depois há o picnicar, o substituto direto (fruto das circunstâncias) do tão português esplanadar. Não há jardim que não seja tomado de assalto, nem alma que se continue a confinar às paredes do escritório. É chegar a hora de almoço e assistir aos prédios esvaziarem-se e às "carreirinhas" de formigas a encaminharem-se para a extensão de relva mais próxima.
Gosto desta faceta parisiense, desta veia mais despretensiosa e menos planeada. Gosto dos fatos e gravatas misturados com sanduíches e pernas à chinês; das mantas improvisadas e dos sapatos de salto temporariamente postos de lado. Tivéssemos nós hora de sesta obrigatória e acho que me decidia imediatamente quanto à dúvida ali do primeiro parágrafo...!
I can’t say I love Paris in the winter. Well, I haven’t decided yet if I love Paris generally speaking, but that’s something to discuss on another chapter. As I was saying, I don’t love Paris in the winter: it’s gray, sad, cloudy, and almost sterile.
If we exclude the excitement of leaving the house to go to work with -5ºC, equipped with three layers of tights underneath my jeans, and a few occasional snowfalls that are completely irrelevant to most people, I would say this is a season with not much to talk or remember about around here.
Spring, however, is like an extreme makeover: blue sky (an excellent background for some nice Instagram pictures); flower-covered trees (to go along with that blue sky); and people suddenly looking more humane and approachable, with their lightly flushed faces.
And then there’s the picnicking, a natural replacement to the extremely Portuguese esplanadar. There is no park not being stormed, nor a soul that stays confined to the sad walls of an office. As lunch time approaches, we can watch the buildings getting empty, while everyone walks to the closest bit of grass.
I like this Parisian side, more unpretentious and less thought through. I like the suits and ties mixed with sandwiches and people sitting on the floor. I like the improvised blankets and the high heels temporarily put aside. If we had a mandatory nap time, I would totally make up my mind about that doubt I had up there in the first paragraph…!
If we exclude the excitement of leaving the house to go to work with -5ºC, equipped with three layers of tights underneath my jeans, and a few occasional snowfalls that are completely irrelevant to most people, I would say this is a season with not much to talk or remember about around here.
Spring, however, is like an extreme makeover: blue sky (an excellent background for some nice Instagram pictures); flower-covered trees (to go along with that blue sky); and people suddenly looking more humane and approachable, with their lightly flushed faces.
And then there’s the picnicking, a natural replacement to the extremely Portuguese esplanadar. There is no park not being stormed, nor a soul that stays confined to the sad walls of an office. As lunch time approaches, we can watch the buildings getting empty, while everyone walks to the closest bit of grass.
I like this Parisian side, more unpretentious and less thought through. I like the suits and ties mixed with sandwiches and people sitting on the floor. I like the improvised blankets and the high heels temporarily put aside. If we had a mandatory nap time, I would totally make up my mind about that doubt I had up there in the first paragraph…!
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Chegar a abril e...
...perceber que, além de se perspetivar uma odisseia burocrática com a versão francesa, ainda tenho de fazer o IRS de Portugal. Por pouco mais de dois meses que trabalhei em solo luso em 2014, deveria funcionar do género: não pagas, não recebes, let's call it even!
Acham que o Passos e companhia lêem o meu blogue?
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