segunda-feira, 27 de abril de 2015

Good old days

Tenho saudades de quando não percebia Francês o suficiente. O metro parava a meio de um túnel, as luzes piscavam e eu fingia, com a maior naturalidade do mundo (pelo menos, na minha cabeça), que não reagia ao que quer que seja que anunciavam ao microfone porque estava de phones e era demasiado cool para me importar. Nisto, procurava sinais em outros viajantes, para saber se devia começar a enviar mensagens a avisar que estava atrasada ou a despedir-me do mundo.

Aaahh, bons tempos! Agora, que percebo quando anunciam que "o funcionamento do Tram está temporariamente interrompido porque há alguém no meio da linha e estão a aguardar a intervenção da polícia" (sim, praticamente fluente, je sais), volta-se-me a subir aquele nervoso miudinho, começo a olhar obsessivamente para o relógio e o meu dia está, praticamente, arruinado.

De facto, a ignorância, por vezes, é uma bênção...

quinta-feira, 23 de abril de 2015

Assim, sim!

Fotos +/- aleatórias retiradas do meu Instagram

Não adoro Paris no inverno. Aliás, ainda não decidi se, de um modo geral, adoro Paris, mas isso fica para outro capítulo. Como ia a dizer, não adoro Paris no inverno: é cinzenta, triste, nublada, despida, quase estéril.

Fora a emoção de sair de casa com -5º para ir trabalhar, equipada com três pares de collants por baixo das calças, e de ocasionais quedas de neve que, para o comum dos mortais, são absolutamente irrelevantes, é uma estação que, aqui, não é digna de grandes relatos e memórias.

Já a primavera - senhores - a primavera é como uma extreme makeover que acontece: céu azul, excelente background  para as fotos do Instagram; árvores em flor, perfeitas para combinar com o já mencionado céu azul; e pessoas com uma humanidade recuperada, com as faces ligeiramente rosadas e a expressão subitamente bem mais afável.

E depois há o picnicar, o substituto direto (fruto das circunstâncias) do tão português esplanadar. Não há jardim que não seja tomado de assalto, nem alma que se continue a confinar às paredes do escritório. É chegar a hora de almoço e assistir aos prédios esvaziarem-se e às "carreirinhas" de formigas a encaminharem-se para a extensão de relva mais próxima.

Gosto desta faceta parisiense, desta veia mais despretensiosa e menos planeada. Gosto dos fatos e gravatas misturados com sanduíches e pernas à chinês; das mantas improvisadas e dos sapatos de salto temporariamente postos de lado. Tivéssemos nós hora de sesta obrigatória e acho que me decidia imediatamente quanto à dúvida ali do primeiro parágrafo...!

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Chegar a abril e...

...perceber que, além de se perspetivar uma odisseia burocrática com a versão francesa, ainda tenho de fazer o IRS de Portugal. Por pouco mais de dois meses que trabalhei em solo luso em 2014, deveria funcionar do género: não pagas, não recebes, let's call it even!

Acham que o Passos e companhia lêem o meu blogue?