sexta-feira, 27 de março de 2015

5 Coisas que mudam ao sair de Portugal

Decidi fazer a minha própria versão/adaptação deste artigo, do ponto de vista de uma portuguesa a viver em França. Mas, quer-me parecer, isto aplica-se a muitos outros países de chegada.

1. O nosso nome torna-se, subitamente, super interessante
Aparentemente, ter dois (ou mais) apelidos é algo nunca antes visto e não ter segundo nome é praticamente um sacrilégio. Acrescentem-lhe as pronúncias exóticas por parte de estrangeiros e, subitamente, o vosso nome tem imenso potencial e pinta.

2. Levantar dinheiro pode transformar-se numa verdadeira odisseia
Para quem está habituado ao sistema Multibanco, com ATMs em tudo quanto é sítio, e a ter um banco por cada 1000 habitantes (tipo na Benedita), ir viver noutro país exige um planeamento cuidadoso das despesas que exigem pagar em dinheiro. O risco de precisar desesperadamente dele e não encontrar uma caixa é ridiculamente elevado. PS: também ainda se usa cheques.

3. O Português de Portugal perde a identidade
Se me pagassem 50 cêntimos por cada vez que tenho de explicar que não, não é praticamente igual ao Espanhol, e não, não é o mesmo que no Brasil, já tinha comprado uma ilha perdida no Pacífico. Outros comentários incluem: "parece Russo Espanhol ou Polaco Espanhol" e "todas as palavras acabam em «-che»".

4. O valor que damos à sopa aumenta exponencialmente
Mesmo para quem, tendo escolha, antes optaria por não comê-la de todo, a ausência quase total de sopa nos menus desta terra faz com que esta se torne objeto de grande desejo. A abertura de uma "Loja das Sopas" aqui seria o acontecimento mais inesperado de sempre.

5. Ir ao supermercado passa a ter horário
Esqueçam as idas ao Continente do Colombo às 23h, ou as compras para a semana feitas aos domingos. O mesmo se aplica a quase todo o comércio, na realidade, com centros comerciais a fecharem às 20h e restaurantes encerrados ao domingo. Mas quem é que no seu perfeito juízo vai querer comer fora a um domingo?!

Algum destes pontos vos soa familiar?

domingo, 15 de março de 2015

Toda uma esquizofrenia climatérica

Gosto de pensar em fazer a mala com alguns dias de antecedência. Fazê-la, efetivamente, já é outra história, mas gosto de planear o que quero/preciso ou não de levar para não acabar a sofrer as consequências de mais um episódio de overpacking.

Agora a minha questão é:
Se em Paris ainda faz frio de inverno (embora tenha havido uma ameaça de primavera que durou 2/3 dias), em Lisboa, segundo dizem, já parece quase verão, e vou passar um fim de semana para os lados da Serra da Estrela, como é que ponho isto tudo na minha singela mala?

Não é fácil!

segunda-feira, 2 de março de 2015

Não existem relações perfeitas

A nossa relação é relativamente recente. Já tinha ouvido falar imenso dela, mas nunca passou disso mesmo: um nome que se ouve e uma fantasia que se cria. Ainda não tem um ano que, finalmente, nos conhecemos pessoalmente. Numa situação em que as opções eram escassas, estendeu-me a mão e eu fui.

Voei pela primeira vez pela Tap em maio do ano passado. Para quem tinha um passado que se resumia a companhias low cost, posso dizer que me senti, desde logo, arrebatada. (Dêem-me revistas em português e um bom empadão, e eu rendo-me logo.)

Mas, da mesma forma que me deixei conquistar por ela, também acabei por me desiludir. Em outubro, uma greve que me fez perder 10 anos de vida nos 60 segundos que demorei a ler o e-mail; em dezembro, outra que quase me fez jurar um "nunca mais!".

Tem sido, de facto, uma relação cheia de altos e baixos, muitas ameaças de break up e outras tantas reconciliações emocionadas. Eu chateio-me, bato o pé e prometo nunca mais voltar. Ela pede desculpa, fala-me ao telefone com voz doce e não desiste enquanto não me vir novamente satisfeita.E nisto, eu vou dando mais e mais oportunidades, à espera que ela mude.

Dentro de algumas semanas, encontramo-nos novamente e, com o histórico recente, só espero que não seja desta que bato com a porta para sempre.