quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Seis fuckin' meses

22 de abril de 2014.

Há exatamente seis meses atrás, enchi-me de receios e inseguranças e parti para o meu primeiro dia de trabalho aqui. Duvidei se sabia mesmo falar inglês, questionei-me se a minha escolha de outfit era adequada para uma empresa como esta mas, acima de tudo, tive muito medo do que iria encontrar, de quem iria encontrar.

Mas, como diz a minha mãe, o tempo passa que é um rápido, e cá estou eu, 183 dias depois, a escrever este texto. Cá estou eu super feliz no sítio que me abriu a porta para uma fase completamente nova, com contornos totalmente diferentes. Cá estou eu a começar a sentir que posso pertencer, mesmo se é difícil parar de procurar as "nossas" pessoas em todas as outras com que nos vamos cruzando.

O tempo é um sacana complicado, por vezes demasiado imprevisível e poderoso para o meu gosto. Mas, vai na volta, dás por ti a olhar para onde estás e para de onde vieste e tens de admitir que fez um bom trabalho!

domingo, 19 de outubro de 2014

Paris trocado por graus

Não vos vou mentir: beber em Paris sai caro (ou nos arredores, anyway). É por isso que - mal por mal -, mais vale abrir os cordões à bolsa e optar por uma quantidade (ou qualidade!) decente. Trocado por miúdos, mais vale investir no estado "quem me dera que a minha gargalhada fosse menos estridente, mas não consigo e nem sei se, na realidade, me importo mesmo!".

Olhando à volta, se tudo correr bem, é ver os copos a esvaziarem-se e a fazerem a sua parte, as bochechas a corar e os filtros a deixarem de ter lugar... Afinal, estamos em Paris, terra de bons vivants e de bons vinhos, acompanhados pela tábua de queijos e enchidos que ajuda a equilibrar (tornar bem mais interessante!) a equação.

Se tenho saudades da imperial a 1€? Claro que sim. Mas, por outro lado, são estilos e vivências completamente diferentes, são realidades incomparáveis e - sejamos realistas - o contexto importa muito e mais vale deixarmo-nos absorver, rendermo-nos e fazermos, à nossa maneira, parte.

Começo a sentir as raízes a firmarem-se na terra... e gosto disso!

sábado, 11 de outubro de 2014

Esqueci-me que tinha um blogue!

Esqueci mesmo!

Talvez por andar demasiado ocupada a pagar €8,50 por uma imperial ou a curtir o facto de ser praticamente impossível voltar para casa a partir da uma da manhã. Na verdade - e pensando nisso um bocadinho mais a sério -, esqueci-me que tenho um blogue porque, de certa forma, andei ocupada a viver aquilo que é o meu conceito de vida normal.

Primeiro, foi o ir a Londres e relembrar-me do bom que é sentar-me a uma mesa cheia a falar de trivialidades. Do bem que sabe deitar-me no sofá a ver programas duvidosos na televisão, até adormercer. Do bom que é ter a companhia do meu irmão e - mais ainda - da sorte que tive com os dois que me calharam em rifa.

Depois, foi o receber a visita do meu outro irmão e da minha cunhadinha, no final de setembro, em quatro dias que me valeram pelos 6 meses que aqui estou. O poder mostrar aquilo que é "a minha nova vida" a duas das pessoas que mais adoro neste mundo. O levá-los a ver Paris lá do alto, a picnicar à noite, a passear a baguete como se fosse uma extensão de nós próprios.

Logo de seguida, outra visita, desta vez de uma daquelas amigas que te podem fazer esquecer que estás num país que não é o teu, de tal forma te faz voltar a sentir em casa. Mais dois dias espetaculares, cheios de conversas a atropelarem-se umas às outras, de tanto que havia para contar. Mais dois dias com muitos quilómetros nas pernas, por vezes sem destino certo, porque o tempo quase tinha parado e, por vezes, esses detalhes deixam de importar.

Agora, conto os dias para 24 de outubro, o dia em que a Tap me vai levar verdadeiramente a casa e que, com todos estes reminders que tenho tido a sorte de ter, por vezes, parecem custar demasiado a passar.

E é isto, mes amis, bué-de-cenas-ácontecer!